Na semana encerrada em 25 de maio, o pacote de 5 kg do cereal chegou a custar, em média, 4.260 ienes (US$ 29,62 ou R$ 172,40) — quase o dobro do preço praticado no mesmo período do ano passado. Já uma saca de 60 kg da safra 2024 bateu recorde: mais de US$ 184 (R$ 1.029), segundo o Financial Times.
Como o Japão chegou a esse ponto?
- A crise atual é reflexo de uma combinação explosiva: colheita ruim em 2023, fim da deflação japonesa e aumento nos preços impulsionado por varejistas.
- Atacadistas estocaram arroz, apostando na valorização, e consumidores correram para estocar, agravando ainda mais a escassez.
- Mesmo com estoques emergenciais mantidos há quase 30 anos, o governo japonês recorreu pela primeira vez à sua reserva estratégica de arroz diante do desespero da população.
Filas e racionamento
No último fim de semana de maio, quando o governo liberou parte da reserva, supermercados ficaram lotados e formaram-se filas de horas por todo o país. Alguns estabelecimentos apelaram para cartazes: "considere substituir arroz por pão ou macarrão".
Importação, especulação e guerra por grãos
- O Japão possui cota de importação isenta de tarifas para até 100 mil toneladas de arroz ao ano, mas a busca por arroz importado cresceu mesmo fora dessa cota.
- Estima-se que produtores e intermediários estejam segurando estoque para lucrar mais com os preços inflacionados.
- As cooperativas de arroz, atacadistas e grandes redes de restaurantes travam uma batalha pelo produto.
Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, a produção japonesa de arroz beneficiado deve cair ligeiramente para 7,28 milhões de toneladas na safra 2025/26. O país segue fora da lista dos maiores produtores de arroz do planeta, dominada por China e Índia — juntas, responsáveis por mais da metade da produção global.
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