Conhecido no meio jurídico como Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, o magistrado, na verdade, se chama José Eduardo Franco dos Reis, de 67 anos. Durante toda a sua carreira, desde a faculdade de Direito na USP, nos anos 80, até sua aposentadoria em 2018, ele usou a identidade falsa.
Em 1995, logo após ser aprovado no concurso para juiz, José Eduardo chegou a dar uma entrevista afirmando ser descendente de "nobres britânicos" – uma narrativa que complementava a identidade fictícia criada por ele em setembro de 1980. Naquele ano, ele conseguiu um RG falso em nome de Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, que o identificava como filho de Richard Lancelot Canterbury Caterham Wickfield e Anna Marie Dubois Vincent Wickfield, supostamente de origem britânica. Para obter o documento fraudulento, José Eduardo teria se valido de um certificado de dispensa do Exército, uma carteira de Servidor do Ministério Público do Trabalho, uma Carteira de Trabalho e Previdência Social, e um título de eleitor.
Carreira e Crimes Envolvidos
Com o nome falso, José Eduardo atuou em diversas varas cíveis, assinando milhares de sentenças como "Edward Albert Lancelot D C Caterham Wickfield". Ele também coordenou o Núcleo Regional da Escola Paulista da Magistratura em Serra Negra (SP), consolidando sua trajetória no Judiciário sob uma identidade fraudulenta.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou o juiz aposentado pelos crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso por três vezes. A Justiça já aceitou a denúncia, tornando-o réu na última segunda-feira (31). O processo corre sob segredo.
O Que Motivou a Farsa?
Até o momento, as razões que levaram o magistrado a manter essa identidade dupla por mais de quatro décadas permanecem um mistério. A investigação da Polícia Civil foi iniciada após a tentativa de José Eduardo de obter uma nova via do RG com o nome falso, em outubro de 2024, que acabou por desmascarar a farsa.
A TV Povão tentou contato com a Universidade de São Paulo (USP) e o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) para obter um posicionamento sobre o caso, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. A defesa do juiz também foi procurada pela CNN, mas não se manifestou.
Talvez ñ gostava do nome original.
ResponderExcluirUm simples, se é que pode ser simples, psicopata social, as sentenças emitidas por ele deveriam ser investigadas, passar por uma banca de juízes.
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